segunda-feira, 20 de maio de 2013

Há certos casos em que odeio ter que dar razão à voz do povo. E este é um deles, em que vejo forçada a admitir que a malta nova não tem responsabilidade (atenção, não estou a generalizar).

Meter gente nova, estudante, a organizar eventos de alto gabarito é um risco. E se há alturas que corre bem, e a Queima das Fitas do Porto é quase sempre uma delas (parabéns à FAP que tem uma capacidade organizativa exímia), quando corre mal corre mesmo muito mal. E foi o caso da Semana Académica de Lisboa, no passado Sábado, que teve a brilhante ideia de chamar para actuar um artista de grande renome internacional. E brilhante é ironia, porque já se devia prever que tal artista ia aumentar a afluência de pessoas ao recinto, o que sucedeu de facto.

Resultado: perfeito caos instalado, com dezenas e dezenas de polícias à nora, milhares de estudantes em tumulto, portas fechadas antes do concerto e pessoas com bilhete pago sem conseguir entrar. Organização? Nem vê-la. Responsáveis? Não havia. E agora?

Agora temos centenas de pessoas que pagaram um bilhete para assistir a um concerto no qual não conseguiram entrar e, pior, perceberam que enquanto estavam no meio de um magote de pessoas agitadas, revoltadas e apertadas, o espectáculo começava, imune a toda a confusão que reinava do lado de fora.

Lamentável, muito lamentável. E mais lamentável ainda porque aparentemente a Associação Académica de Lisboa não deve ter nenhuma faculdade de economia associada, porque se o tivesse, haveria alguém apto para fazer contas e perceber que se o recinto tem capacidade para x, não poderiam vender y bilhetes. Infelizmente, a ganância falou mais alto e às 18.00h ainda reabriram a bilheteira para mais 2.000 bilhetes serem vendidos. Dá para compreender?

Eu não compreendo uma (des)organização assim. Um atropelo total ao respeito pelos outros e pelos próprios pares, os estudantes. Não consigo compreender a leviandade com que as pessoas se metem em determinados projectos e depois desaparecem quando a coisa pega fogo. Foi deixar arder,m literalmente, a conduta que verifiquei no Sábado. E fiquei horrorizada com semelhante espectáculo...

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